Ars no Kyojuu (ou Giant Beasts of Ars) é, sem duvida nenhuma, uma das obras com qualidades técnicas mais estranhas que eu já vi. Falando de uma forma negativa, caso não tenha ficado claro.
Primeiramente, peço desculpas por começar as primeiras impressões dessa forma. Como vocês já devem estar acostumados com minhas Rd3, eu adianto que gostei sim do que Ars no Kyojuu me mostrou nesses três primeiros episódios.
Mas, nem tudo são flores. Essa obra original aparenta ter muitos problemas em sua produção. Por isso, convido vocês a não só ler minha resenha (que foi difícil elaborar), mas também a tentar entender as peculiaridades que esse anime me mostrou e da pouca informação que eu consegui sobre ele.
- Gêneros: Ação, Aventura, Fantasia
- Estúdio: Asahi Production
- Material fonte: Original
- Onde assistir:
- Novos episódios: Sábado
Entendendo o universo de Ars no Kyojuu
Devo dizer que sou um grande fã de worldbuilding e que muitas vezes assisto e leio às obras só pelo fascínio que o universo me causa.
Primeiramente, devo dizer que essa obra chegou ao meu conhecimento como “Shingeki no Kyojin do Paraguai”. Dado o fato de que há seres gigantes e há uma muralha. Entretanto, Ars no Kyojuu está muito longe de ser uma cópia.
De inicio somos apresentados aos Gigantes (do japonês, Kyojuu) do mundo de Ars e a um personagem com poderes mágicos que funcionam em dupla com outra pessoa (não mostrando com detalhes).
Logo após um time lapse, vemos um pouco sobre a rotina daquela cidade específica e do papel dos moradores que lá moram.
O primeiro detalhe legal está nos nomes apresentados. Aparentemente, todos tem um nome e um pseudônimo/titulo que acompanha eles.
Além disso, há todo um comércio e cultura em volta dos Gigantes que atacam a cidade. Para tentar resumir, quando um Kyojuu aparece, a criatura realmente é uma ameaça a cidade. Mas isso não impede várias pessoas de tentarem algum lucro com a caça deles.
Esse detalhe e alguns outros são algo que ainda não foram totalmente desenvolvidos, mas que estão presentes na obra.
Em conclusão, para o assunto relacionado ao worldbuilding, há outras raças além dos humanos presentes nesse mundo. Raças com culturas e costumes distintas umas das outras.
Dito isso, afirmo que essa obra tem um universo fantasioso completamente original.
O universo e os personagens são realmente legais
A narrativa de Ars no Kyojuu segue (não à risca) o padrão de “personagem que não sabe de nada do mundo”.
A história tem dois Protagonistas:
Jiro, o Já Morto, que é um ex-paladino tentando levar a vida sem chamar a atenção por causa de algum evento que ocorreu no passado relacionado à sua antiga parceira.
Kuumi, que é uma garota que aparentemente viveu quase toda sua vida em um laboratório de experimentos relacionados à magia. Sendo assim, ela é quem faz o papel de realizar algumas perguntas para o expectador.
Além disso, Kuumi também é uma Clériga, mesmo não sabendo o que significa isso. Jiro explica rapidamente que ela é uma fonte de magia e que, junto dos Paladinos, esses dois tipos de heróis se unem em uma transformação (estilo Sailor Moon) para destruir os Gigantes.
Aqui está uma prévia (com cortes) da transformação e da forma que um Paladino e uma Clériga lutam juntos:
Outra personagem que faz a obra girar é a Myaa. Uma Chapeau (raça que também não foi muito aprofundada) que funciona como uma “quase Deus ExMachina”. Suas ações tem igualmente um grande impacto na vida dos protagonistas.
A obra segue esse ritmo de uma forma um pouco lenta. Kuumi se mete em alguma confusão, Myaa arquiteta um plano e Jiro resolve as coisas.
Ars no Kyojuu tem alguns problemas curiosos
Antes de tudo, o produtor desse anime é o Hiroshi Kamei que, se você clicar no link, verá que ele já “financiou” muitos animes de sucesso. Mesmo que vários deles sejam de gosto questionável.
O studio responsável por Ars no Kyojuu não tem nem um anime considerado “bom”. O mais famosinho deles é o Shuumatsu no Izetta, de 2016.
Por fim, o diretor do anime que, para a minha surpresa, é o Akira Oguro. Ele é um freelancer bastante famoso no mundo dos animes.
Isso significa que, em maioria dos seus trabalhos, Oguro apenas dá seu toque de mestre em algumas das obras que ele participa.
Sendo assim, o que acontece se juntarmos uma pessoa que tem uma ótima intuição para obras potencialmente boas, um estúdio abaixo da média e um profissional mais habituado a fazer participações relativamente curtas nas obras?
Eu respondo começando pela animação que oscila entre o datado e o CGI até que bem feito. Às vezes eu senti que estava vendo uma animação dos anos 2000 e outras vezes pulava para um anime mais atual.
Ou seja, temos as cenas de ação com lutas muito boas contra os Gigantes (nas quais provavelmente Oguro é quem está por trás da animação).
Por outro lado, temos o famoso artifício “sons de soquinhos e corta para a cena de vários capangas no chão”. O que nos revela uma clara diferença na experiência da Staff comparada ao diretor.
Por falar em staff…
O pessoal responsável pelo som é péssimo.
Há vários momentos em que não há efeito sonoro para acompanhar o diálogo entre os personagens. Nem sons de natureza, nem de passos, nem mesmo de burburinhos. Nada! Isso acaba rendendo momentos de conversa com um silêncio constrangedor ao fundo.
Por fim, tem todo o episódio 3, no qual há uma chuva pesada caindo na região em que os personagens se encontram. Tão pesada que bloqueia o caminho deles. Porém, os personagens não estão molhados! Andam pra lá e pra cá na chuva e não se sujam de lama, não estão com as roupas encharcadas e ignoram completamente a presença da chuva.
Isso quebra qualquer tentativa de imersão com o ambiente.
Finalizando minhas primeiras impressões de Ars no Kyojuu
Após eu falar tão mal do anime em alguns momentos desse texto, você deve estar se perguntando o que eu gostei da obra. É verdade que esses erros que evidenciam um studio medíocre me incomodam bastante ao ponto de me irritar. Porém, Ars no Kyojuu tem um certo capricho em seu universo. Esse é o motivo que me faz querer assistir um pouco mais.
Por fim, acredito que essa temporada tenha animes mais interessantes que esse para você assistir. Veja Ars no Kyoujuu somente se você tenha gostado dessas primeiras impressões (ou tenha muito tempo livre).
Fique atento pois caso eu veja necessidade, irei escrever outro artigo sobre essa obra!